quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Porquê foram só algumas vezes.

Eu não sei o que acontece quando eu te vejo. Perco a fala, meus pensamentos fogem de mim, como alguém foge do atendente da C&a, Perguntando:
- Senhora, você já possui nosso cartão?
Na minha cabeça não passa nada, fica tudo em silêncio, desconfio que meu coração se esconde atrás de um armário, num quarto escuro com olhos arregalados, de quem acabou de ver um fantasma, ofegante como alguém que correu uma maratona, e com o medo de alguém que por três segundos escapou da morte. Sim, meu coração assim como meus pensamentos, pára por alguns segundos quando estou sozinha, do seu lado.
Fica tudo assim, calado.
Até uma simples pergunta como "tá tudo bem?", "o que você fez final de semana?" seria capaz de enrolar a minha língua num nó de marinheiro daqueles bem complicados, e fazer com que eu gaguejasse mais do que quinze sílabas, antes de responder, "tu-tu-tu-do","saí com mi-minhas amiga-ga-ga-gas",  e "e vo-vo-vo-você?".
Sim, pareço ter 15 anos. Na verdade, de fato viro uma menina de 15 anos nesses instantes.
Fica tudo assim, respostas gaguejadas, e perguntas envergonhadas, logo, tudo fica em silêncio.
Mas se um dia você tivesse vontade, coragem ou qualquer outra coisa, e me fizesse uma pergunta:
- Você se arrepende de ter ficado comigo?
Eu responderia:
Um simples e seco, "Sim".
E durante o silêncio que ficaria, eu estaria rezaaaando pra você perguntar.
"Por que?"
E então, eu responderia:
- Me arrependo porque foi só uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez vezes.
Me arrependo porquê mesmo que a gente não case, não namore, não tenha filhos, eu gosto de estar com você. E isso pra mim, vale mais do que qualquer coisa intitulada "séria". Gosto de estar entre seus braços pseudo-sarados, dormindo, ou acordada.
Gosto do seu abraço.
Gosto de sentir seu peito nas minhas costas enquanto a gente dorme, como viemos ao mundo.
Gosto de sentir o seu beijo por todo meu corpo. E sua mão passeando por onde você tivesse vontade, e por onde eu deixasse.
Gosto da sensação de estar sentada do seu lado na sala de estar, e enquanto seu tio vira pro lado, você rapidamente passa sua mão, onde meu pai nunca poderia ver. Me fazendo sentir um calafrio que sobe pelos pés, passando por todo meu corpo, e subindo em direção do meu estômago, e ali aquela sensação fica. Em questão de segundos, tive vontade de estar ali, sozinha, mas só com você. E seu tio nem desconfiou. Nos olhamos, e sorrimos, como cúmplices de um só desejo; Que todas aquelas pessoas sumissem, inclusive seu tio.
Gosto de ver o seu sorriso, e sentir ele enquanto me beija.
Gosto quando passa seu dedo nos meus lábios, me fazendo sentir desejada, e com mais vontade ainda de te beijar.
Gosto quando beija minha testa.
Gosto quando aperta minha bunda.
Gosto quando faz carinho no meu cabelo.
Gosto quando você me ama baixinho, enquanto sua mãe prepara ali na cozinha o lanche da tarde.
Gosto quando ri da minha cara, quando faço idiotice, e fico querendo saber o porquê você tá rindo.
Gosto quando faço carinho no seu cabelo, e digo que ele é feio. E que você também é. Não digo em momento nenhum que pra mim, você é lindo.
Pra mim, você tem a imensidão num olhar. Pra mim, você me invade como um amor de cinema. Não digo, não assumo. Você não aguenta uma simples mensagem, imagina se eu jogasse essa enxurrada de sensações pra cima de você.
Mas, se algum dia você me perguntar  o porquê eu me arrependo de ter ficado com você, eu direi:
- Por que foram só algumas vezes.




Tô aprendendo também...

domingo, 13 de setembro de 2015

Entre grades e liberdades. Entre conversas e beijos que libertam.

Eu não sei. 
Meu beijo deve te dar um sentimento de liberdade tão grande, que logo depois dele, você se sente tão livre que some. 
Eu não sei.
O seu beijo deve me dar um sentimento de liberdade tão grande, que logo depois dele, eu me sinto tão livre que eu sumo. 
Você me quer, e eu te quero também, mas o medo de errar nos afasta, já dizia a música.
Eu não sei.
Meu beijo deve te dar uma auto-estima estratosférica, que te deixa se sentindo o Brad Pitt, e você se sente tão bem sendo ele que resolve viver a vida de um gostosão hollywoodiano, e sai de casa atrás da sua Juliette Lewis, Jennifer Aniston, Gwyneth Paltrow. 
A loira, a morena, ruiva, japonesa, negra. Você sai atrás de todas. 
Mas e o meu beijo? Parece que serviu pra te impulsionar, pra te dar auto-estima e sair por aí até pegar todas da face da terra. 
Cuidado, que talvez eu seja a Angelina Jolie.

Tô aprendendo também...

Não entendo nada de jardinagem.

Não entendo nada de jardinagem.
Mas sabe quando um agricultor, ou um amante de flores, cultiva suas plantinhas, suas flores coloridas, e um dia se depara com ervas daninhas? 
Deve ser triste. 
Mas não, elas não apareceram ali de um dia pro outro. Não. 
Muito menos, o agricultor não sabia da possível existência de algo ruim, ou do início dela.
O fato é, ele gostava tanto de observá-las, eram tão lindas, tão perfumadas, e o faziam tão feliz.
Sim, faziam sim.
Mesmo sabendo que a possível erva daninha já estivesse por ali. 
Ele não queria se desfazer da boa sensação de ter aquilo tudo somente pra ele, afinal...
Ele plantou
Ele regou
Ele cultivou
Ele esperou
Ele viu começar a crescer. 
Sim, ele fez tudo sozinho, e não se importava com isso.
Ele não queria se desfazer do seu jardim florido.
Então, ele vivia e re-vivia do (lindo) fato passado de ter conseguido cultivar tudo aquilo. 
Era lindo, tenho que concordar, era mesmo. 
Mas estava acabando, ou já tinha acabado há muito tempo. 

Um belo dia. 
Belo?
Eu disse belo? 
Não, um triste dia na vida desse agricultor, ele percebeu que por mais que doesse muito, ele precisava arrancar pela raiz, todo aquele seu jardim florido, pois estava cada vez menos dando aquela alegria, que lhe dava no começo. 
E isso doeria somente nele, pois as rosas já não estavam mais ali, com toda aquela beleza e perfume de antes.
Elas já não se importavam. 
Já não sentiam mais nada. 
Já estavam mortas. 
E foi exatamente assim comigo.
Foi isso que eu fiz. 
Não no meu jardim, eu nem tenho um.
Foi no meu jardim do coração.
Sabe? As flores já estavam murchinhas.
Era necessário.
Era triste, mas necessário.
Fez abrir portas.
Fez abrir janelas.
Fez abrir mini portas.
Fez abrir mini janelas.
Fez abrir e desvendar novos caminhos.
Mas de fato era triste se desfazer de algo tão lindo. 
O amor que eu sinto ou sentia por você, era o jardim cheio de ervas daninhas. 
Eu sou o pobre agricultor, que cultivou tudo sozinho.
E as rosas são você, que já não estão nem aí, caso as tirem de lá ou não.


Tô aprendendo a arrancar ervas daninhas, e cultivar coisas boas também...